Tuesday, January 11, 2005

500 dias

De maneira que nem parecia que já tinham passado 500 dias. 500. Eu contei-te milhares de coisas, desdobrei vezes e tal o guardanapo, mexi no cabelo, remexi no cabelo, sorri, corei, disse piadas. Ri-me. Riste-te. Rimo-nos. De maneira que dessa forma nem parecia que já tinham passado 500 dias. Uma porra de tempo, uma data de meses. Falaste-me de projectos. De trabalho. Tens uma série de coisas para acabar, está a correr bem, disseste-me, mas ando à nora, concluiste. E eu a olhar para ti na esperança que a tua nora tivesse também como causa a minha ausência, a nossa ausência, mas tu adiantaste pouco em relação a isso. E eu respeitei. Contei-te coisas de senhora, surpreendi-me e deixei-te de boca aberta duas ou três vezes. De maneira que assim, quem nos visse, nem ía dizer que já passaram 500 dias. Sem o peso da vitória pedida, assim, é muito mais fácil entrar em campo. E quem nos visse, sentados a beber chá e a contar coisas dos dias, ninguém diria, mesmo ninguém, que já passaram 500 dias.

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