Tuesday, February 24, 2004

Eu, avançado de responsabilidade (é ele quem conta)

Venho com ela nas mãos, em passos lentos, parado no tempo.
Dou-lhe carinho, esfrego na camisola, faço-a girar entre os braços
num ritmo descendente.
Quando toca no chão, já sabe que lhe vou bater, ao de leve, ou com força.
Olha para mim, vê-me a afastar, em passos lentos, parado no tempo.
E agora que estamos frente a frente, já me viu assim, nervoso e decidido, já
me viu com o mesmo jeito antes da euforia ou da frustração. Entre as duas, decido
com ela, à minha responsabilidade.
Fecha os olhos ao ver-me partir, imagina-me alegre ou triste, vá para rede ou para a
bancada... Cerra o semblante quando o pé lhe acerta um murro no estômago.
Amparada pela malha amparou-me a dor.

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