Monday, March 29, 2004

Entra o dia, sai a noite
Substituições. Tudo o que for preciso para ganhar
Virar o jogo ao contrário

São quase horas de acordar. O jogo acaba hoje, de uma ou de outra forma.
Equipo-me a rigor, saco do armário o conjunto alternativo. Calças, Blazer. Em preto. As meias, os sapatos, o cinto e a camisa.
Salto para o chuveiro antes do início da partida. Demoro. Ensaio a táctica, espalho a espuma de barbear, concentro o olhar nos olhos do espelho. Em cada passagem, a gillette ouve-me uma frase. Foi a última palestra.

Os minutos passam, a hora aproxima-se, o ritmo aumenta. A camisa por dentro
por dentro das calças. Aperto de cinto determinado. Blazer de uma vez só. Sapatos: um, dois.

O estágio é longo, no carro, em andamento. Voltas em que volta tudo a passar diante. Está na hora. Não vou.
A perder, que seja por falta de comparência.
Imagino-te no estádio do nosso desafio, da nossa final. Equipamento habitual.
Calças descida, justa, camisa justa, decote. Sandália alta. Casaco fino sobre a mala, " mais vale o brio do que o frio".

Ainda esperas à hora em deveríamos estar nos penaltys. Vejo-te do outro lado da rua. Levantas-te, sais e acontece essa coisa dos pressentimentos. Levantas a cabeça para me ver. Olhos nos olhos ouvimos o apito final.
Só volto a casa de manhã.


No comments: